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A Imagem da Mulher e Orange is the New Black

ATENÇÃO! Pode conter Spoiler.
Bem, é um pouco contraditória a imagem das mulheres perante os conservadores ao longo dos anos. Primeiramente, a mulher é demonizada e culpada pelas desgraças do mundo como Eva (“que comeu o fruto proibido”) e Lilith (chamada de “demônio” e acusada de ser a “serpente” que oferece o fruto à Eva), na cultura cristã.
Em outras culturas, mulheres ocupam posição de deusas. São as responsáveis pela fertilidade do solo, pela abundância das colheitas, reprodução, pela sabedoria, lutas, organização de animais e até a própria origem do mundo.
Aparentemente, hoje vivemos uma certa mistura de imagens. Sempre que alguma questão familiar dá errada a culpa é da mãe, bem como questões amorosas e até mesmo agressões. Quando uma mulher é traída a culpa é dela "que não soube escolher ou ainda segurar o marido", quando a mulher trai a culpa é dela, quando a mulher apanha a culpa é dela "que deve ter dado motivo", quando é estuprada a culpa é dela que "não se deu ao valor", quando a filha é estuprada pelo padrasto a culpa é da mãe que se "juntou com qualquer um", quando o pai agride os filhos a culpa é da mãe "que não estava por perto", quando a mulher engravida ou aborta a culpa também é só dela "que devia ter fechado as pernas".
Existe uma imagem de “incompetência” que insistem em atribuir à mulher. Sempre que algum desses fatos acima acontece, a culpa é da mulher porque esta é incompetente. Mas quando o inverso dessas situações ocorre, não é atribuída a imagem de competência e vitória, é apenas “nada mais que a obrigação” e ninguém comenta. Ressalta-se sempre a "INCOMPETÊNCIA".
Não somente nessas situações alarmantes, mas a incompetência nos é atribuída no dia-a-dia. Quando você tem que trocar uma lâmpada, desmontar algum móvel, pintar uma parede ou trocar uma tomada e as pessoas perguntam “seu namorado/marido não faz isso?”, ou ainda quando associam o gênero à forma como a pessoa dirige, bem como quando dizem que tal profissão é “profissão de homem” (o que acontece não só com profissões que exijam força, mas com profissões de exatas).
Estive reparando na forma como mulheres são diferentemente tratadas com relação à violência. Policiais na rua não costumam me enxergar como uma ameaça, mas olham diferente para o meu namorado que além de ser homem é pardo (fator que influencia no julgamento dos policiais). Na balada, muitas vezes, revistam a fila de homens enquanto a fila de mulheres passa tranquilamente. Cheguei a uma pergunta: por que acham que eu não sou uma ameaça? Aderi a minha hipótese até que encontre uma melhor, mais uma vez não me julgam capaz.
Quando estou na rua sozinha e vejo uma mulher, fico muito mais tranqüila do que quando vejo um homem. Óbvio. Existe uma diferença entre a minha força e a de um homem, mas caso precise me defender de outra mulher, isso se torna mais viável. Sem contar que uma mulher muito dificilmente vai querer abusar sexualmente de mim. Abri esse parêntesis para explicar que são situações diferentes de quando passo pela polícia ou pelo segurança da balada como se eu fosse simplesmente incapaz de carregar uma arma ou assaltar um banco, incapaz de amedrontar.
Bom, há algum tempo terminei de assistir os episódios disponíveis de Orange is the New Black no Netflix. Vi na internet que algumas pessoas criticam a série e até mesmo criaram uma página no Facebook boicotando a série , dizendo que era mal exemplo e blá blá blá.
Por que odiar a série? – me perguntei.
O que eu vejo em OITNB são mulheres acima de tudo fortes. Mulheres que desempenharam os papéis de vilãs tão bem quanto homens e se tornaram criminosas tão perigosas quanto eles. Vi também que a série mostra mulheres se satisfazendo sozinhas, se amando sozinhas e sentindo prazer entre si. Talvez não seja fácil para o ego de um homem aceitar que seu pênis não é o centro do universo feminino (risos). Vi na série mulheres que brigam e se matam com a ira e a força “de um homem” e que não se intimidam por serem do “sexo frágil”. Também vi sororidade entre as mulheres, o carinho e o cuidado de irmãs, mães e filhas. Também conta com a participação de uma mulher trans, que claramente incomoda conversadores. A série também expõe homens abusando de seus poderes, sendo babacas nojetos, bem como corruptos. E a chave da série, que deve incomodar muito homem, são mulheres enfrentando homens.

Ao meu ver, a série é sobre empoderamento feminino. Mulheres que são fortes o bastante para serem criminosas e enfrentarem homens, sem serem demônios por isso. São apenas mulheres reais, e mulheres reais são incrivelmente independentes, competentes e fortes.
 
A personagem trans do seriado contraria os padrões sobre sexualidade e confronta o conservadorismo religioso e preconceituoso. Aliás, para os homens que se consideram tão incríveis e importantes por sua masculinidade, ver um outro homem abrir mão desse "título" para tornar-se mulher, deve ser um "desrespeito" ao sexo masculino. "Onde já se viu deixar de ser um homem para tornar-se esse ser inferior que são as mulheres?" (risos).

Red e Gloria são as "mães" da cadeia. Cuidam das brancas e latinas, visto que a cadeira é relativamente segregada entre etnias. Símbolos de sororidade e força, enfrentam homens e mulheres em suas lutas diárias na cadeia.


Vee se passa por mãe das negras mas, em alguns episódios, mostra que nem toda mulher é boazinha e que seus interesses estão acima de tudo e de todos e ela está disposta a tirar qualquer um de seu caminho. 

Rosa, a latina que roubava bancos e que terminou sua vida lutando não só com a vida na cadeia, mas também com o câncer. Exemplo claro de força física e psicológica, bem como de coragem e independência.

Cena em que Gloria e Vee se enfrentam. Mulheres também sabem brigar quando é preciso. Na cadeia, é preciso saber se impor, e (para a surpresa de alguns homens) mulheres sabem se defender.


Sororidade! Mulheres que se unem e se cuidam como numa família. Uma das maiores ameaças a um homem é ver mulheres unidas, mulheres se apoiando, mulheres se amando. 

Mulheres que se satisfazem. Piper e Alex (ex namoradas) se reencontram na prisão. As duas são a prova de que nem para sentir prazer os homens são realmente necessários. 

O Bigode, policial corrupto que adora coagir as detentas a fazerem o que ele quer. Intimida e abusa de seus poderes para se aproveitar das mulheres. Uma pequena amostra dos abusos que mulheres sofrem diariamente com os homens.

Piper, na solitária, afrontando o diretor da cadeia. O diretor claramente homofóbico, se posiciona rigidamente contra o lesbianismo na cadeia se sentindo no direito de punir as detentas por suas posições sexuais. Mas pera ai, onde já se viu uma mulher gritando com um homem? Que absurdo! (risos).

Enfim, a série é muito mais do que mencionei, com certeza. Vale bastante a pena assistir.

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Feminismo x Feminismo

Bom, o assunto que me leva a escrever hoje é algo delicado e bem polêmico. Espero que eu não seja mal interpretada e que eu escolha as palavras certas para me expressar.
Pois bem, sabemos que o feminismo possui vertentes que são geradas por diferenças nos pontos de vistas das próprias feministas (nós) e que não há problema nenhum nisso, visto que somos unidas por uma semelhança maior que seria uma espécie de "inimigo em comum".
Outra coisa que sabemos muito bem (e não é de agora) é que racismo infelizmente ainda existe em nossa sociedade, o que gera sempre uma visibilidade diferente entre negros e brancos. Não importa o campo a ser observado, negros recebem atenção e significância diferentes de brancos. Quando começamos a analisar as sutilezas dos preconceitos culturais enraizados em nossa sociedade, considero natural que as feministas não reparem apenas no tratamento desigual com mulheres, mas também no tratamento desigual com as demais minorias, inclusive os negros.
Ainda recentemente, estive conversando com meu namorado (pardo) sobre os preconceitos que sofrem os negros e os preconceitos que sofrem as mulheres, e no final, bem como era de se esperar, ele disse "nossa, imagina como a mulher negra sofre!". Pois é, é inegável que a mulher negra está sob duas cargas pesadas de preconceito e isso torna sua luta por visibilidade muito mais árdua. 
Na última postagem, disse que o ENEM que foi tão importante para nós por levar visibilidade ao problema da violência contra a mulher e era esse tipo de espaço que precisávamos para consolidar mais e mais a nossa luta, recebendo credibilidade e suporte contra aqueles que insistem em satirizar nossos argumentos.
Recentemente, estive vendo páginas feministas no facebook e li um texto que falava sobre o "feminismo branco" e usava os termos "feminismo da Jout Jout" e "feminismo da Emma Watson". Eu li aquele texto e não pude discordar de nada, porque era muito plausível. Feministas brancas, ainda que sofrendo por nadarem contra a maré, têm mais oportunidade de ter voz ativa do que feministas negras. Isso é um triste fato. 
Sou branca e não posso fingir entender o que se passa na vida de uma mulher negra (esteja claro). Entendo que, por vezes, a alta popularidade de alguma ação feminista da parte de uma branca acaba criando a falsa impressão de que o feminismo está indo bem, quando na verdade não está. É evidente que negras precisam ter mais voz e representatividade, visto que são mais afetadas que as brancas. Mas por quê isso não acontece? Será que Emma Watson, por ser feminista branca é o problema que impede feministas negras de conquistarem espaço? Eu não acho que seja isso. Emma foi chamada para representar a luta das mulheres e se ela dissesse "não, obrigada", convidariam outra mulher branca para representar, até que achassem alguma que aceitasse.  E o problema é a Emma? Eu realmente não acredito nisso.
Para fechar a ideia, eu tenho sentido que muitas vezes o uso dos termos "feminismo da fulana" gera uma ideia errada de como se o "feminismo branco" fosse inimigo do "feminismo negro". Embora eu entenda perfeitamente a intenção dos termos, eu receio que isso passe a criar uma rivalidade maior entre brancas e negras. Mulheres devem acima de tudo, se apoiar e ajudar. É claro que a conscientização sobre as diferentes realidades é muito importante, só acredito que deve-se tomar cuidado para não mudar o foco sobre quem é o verdadeiro inimigo do feminismo!

Por que o ENEM foi tão importante para o feminismo?

Hoje, depois de tanto tempo sem por meus dedos no teclado, escrevo muito contente!

Recentemente, o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) nos surpreendeu positivamente com um tema maravilhoso de redação. O tema abordado foi “A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira”.
Obviamente, muitas pessoas não reagiram tão bem e até mesmo não gostaram do tema. Muitos criticaram o assunto dizendo que  não era importante ou desmerecendo as comemorações de nós feministas. 
WHATTHEFUCK? Numa sociedade que nos violenta diariamente como se fosse algo natural, um tema que discuta essa situação é a prova de uma verdadeira revolução. Enquanto naturalizam nosso sofrimento, mulheres não têm liberdade para escolher suas roupas, não têm liberdade para sair a noite em segurança, não têm liberdade para viver suas vidas sexuais sem serem julgadas por isso. 
Mulheres não pararam de ouvir que não são boas para dirigir, ou que exatas e outras carreiras são coisas de homem. Quando uma mulher é violentada, procuram justificativa na roupa que a vitima usava, ou no horário da noite que era. Enquanto nossas famílias acham bonito o filho sair com várias meninas, criticam e apedrejam se a filha fizer o mesmo. Quando empresas continuam colocando distinção entre o que é um cargo para homem e mulher. Quando mulheres são constantemente acusadas de serem interesseiras e escolherem homens com base no dinheiro. Quando ainda nos é proibido o direito ao controle de nossos corpos por decisões políticas, tomadas por homens "religiosos", e pior ainda, proíbem a venda de pílula do dia seguinte! Numa sociedade que ainda me diz que tenho que ter filhos e cuidar da minha família, me ditando regras de 'como ser mulher'. Quando ainda ouço que por ser mulher, não deveria sair da casa dos meus pais para estudar em outra cidade. Numa cultura que culpa a mãe por todos os erros de seus filhos, inocentando o pai das crianças. Numa sociedade que critica e julga o aborto feito por uma mulher, mas faz vistas grossas para os trágicos números de abortos feitos por pais, que desde a história da humanidade abandonam seus filhos ainda no ventre de suas mães. Onde mulheres apanham e morrem. São estupradas, traumatizadas e morrem. Num país em que a vida das mulheres vale tão pouco, tratar de um assunto que nos proteja sob o respaldo dos Direitos Humanos, é uma evolução.
Uma famosa frase diz que "feminismo é a ideia radical de que mulheres também são pessoas". O ENEM mostrou nos enxergar como seres humanos e nos proteger como seres humanos. Milhares de jovens e adultos pensaram ao mesmo tempo sobre nossos direitos, pensaram por alguns minutos que também somos pessoas! 
Sinceramente, sei que apenas o ENEM não transforma as tantas mentes machistas que estavam fazendo a prova naquele momento, mas é a conquista da visibilidade que emocionou todas nós. Foi a conquista do espaço, da notoriedade e da importância que recebemos naqueles nossos 15 minutos de humanização que comoveu e fez com que as redes sociais vibrassem como vibraram. 
Quem é feminista sabe o que ouvimos e aguentamos de pessoas que nem sequer sabem a razão de ser do feminismo, ou que simplesmente acreditam na nossa inferioridade. Quantas ofensas e coisas terríveis ouvimos por incomodar o sistema criado por homens que não aceitam ser contrariados por "seres inferiores"! Todos os gritos de vitória deste ENEM não foram desnecessários, muito pelo contrário, comemoramos pouco se comparado a quantidade de besteiras que já fomos obrigadas a ouvir.
Surpreendente como em tempos de constante perda de direitos, por exemplo a revoltante questão da pílula do dia seguinte, conseguimos ser tratadas com um pouco de importância. Obrigada Ministério da Educação, INEP e todos que tiveram envolvimento nisso. Obrigada por dizerem que não merecemos ser violentadas! 

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O sexo não é para a mulher!

O sexo não é para a mulher!


É engraçado me perguntar (sendo mulher) quando foi que me senti confortável perante as outras pessoas (até mesmo amigos ou familiares) para falar sobre minha sexualidade.
Desde jovens, os rapazes têm, em geral, um espaço já conquistado para falar sobre masturbação, vídeo pornô, sexo e etc. Já as “mocinhas” crescem, geralmente, sendo afastadas de assuntos dessa natureza. De uma forma até mesmo sutil, somos levadas a achar feio e nojento o ato de se tocar por prazer, assistir ou ouvir falar de sexo.
Desde pequenas ouvimos os adultos associarem sexo a casamento e assistimos nossos pais fazerem careta ao imaginar que um dia perderemos a virgindade. Não recebemos parabéns ao dar o primeiro beijo, muito menos ao transarmos pela primeira vez. Em muitos casos, é mais provável que a garota leve uma bronca do que seja recebida com carinho por iniciar uma fase diferente em sua vida. Por outro lado, os garotos recebem sorrisos e piadas que os fazem sentir verdadeiros garanhões e predadores.
A cultura que nos nega o ato natural de transar nos retrai de tal maneira que faz com que várias de nós neguem a si mesmas o direito de sentir prazer. Sem sequer entrar em quesito religioso sobre pecado e afins, o peso dos julgamentos a nossa volta, dos olhares de dominação sobre o que devemos ou não fazer com nossos corpos e da vergonha social que nos foi imposta, tudo isso, acaba fazendo com que várias garotas construam um muro que as proteja do termo SEXO.
O problema dessa proteção descabida é maior do que aparenta. Ao deixar de se conhecer e experimentar essas sensações, as jovens perdem a chance de poder escolher o que querem, saberem do que gostam, como gostam e se realmente gostam. Impor um único homem que as toque (o marido) é roubar a chance dessas mulheres de conhecer seus prazeres plenamente e escolher um homem que realmente a satisfaça. Além disso, é roubar momentos de prazer que essas mulheres poderiam ter vivido se não negassem a si mesmas o direito de tê-lo.
O muro que foi construído para preservar sua “pureza” termina ainda por machucar as jovens que acabam tendo de ser convencidas a transar. A virgindade se tornou algo tão precioso dentro de suas convicções que ao “perdê-la”, a garota realmente está convencida de que perdeu alguma coisa. E mais, ela está convencida de que sua maior preciosidade agora é o homem a quem “deu” sua pureza. Toda essa mistificação sobre sexo leva diversas jovens a criarem uma forte relação de dependência com seus “parceiros”, levando muitas delas a depressão quando há um término. Ou ainda, faz com que muitas delas aceitem viver em condições hostis, com parceiros que não as respeitam ou até mesmo violentam.
O sexo sempre foi negado às mulheres. O sexo sempre foi um monstro horrível, e as mulheres que faziam precisavam esconder, enquanto as que não faziam tinham que sufocar seus desejos.
E quando as mulheres finalmente superam o tabu de perder a virgindade e experimentar os prazeres de seu corpo, eis que nos negam novamente o direito ao sexo. Àquelas que demonstram gostar do ato, que tomam a iniciativa ou que mostram seus corpos é dado o nome de “puta”. Afinal de contas, o sexo é feito PARA O PRAZER DO HOMEM e é ele quem deve querer e gostar.
A nudez feminina, também grande pecado, faz com que muitas de nós tenhamos vergonha de nossa genitália. Piadas machistas que desvalorizam nossa vagina mencionando o odor típico, sua forma e outras características fazem com que haja mais vergonha ainda em usar de nossa sexualidade. As cobranças estéticas feitas sobre a depilação feminina e os padrões de beleza sujeitam as mulheres novamente à vergonha do corpo, e impõe mais dificuldades (psicológicas) para que possamos nos apropriar do sexo, do prazer e da liberdade.
Não só nos é negado como também controlado, afinal o sexo não pertence à mulher. Quando uma de nós nega fazer oral em um homem por nojo, é tida como fresca, enquanto quase metade dos homens heteros tem nojo de fazer oral em mulheres. (Link da matéria a respeito) Ainda, se uma mulher demonstrar gostar da coisa, será tida como uma safada qualquer. Mulher não pode gostar de sexo. Jamais!
Em pleno século XXI, as mulheres são reféns da sociedade. Se nos envolvemos com vários homens durante nossa vida, somos “fáceis”, “piranhas”, “safadas” etc. Se os homens tiveram vários envolvimentos durante a vida, são “pegadores” e passam a ser mais respeitados pelos amigos. Por que eu deveria ser “difícil”? O que faz levar um homem a pensar que eu devo negar a mim mesma o direito de transar?
O que eu ganho com isso? Ah sim, eu ganho um título de “mulher para casar”! Ainda somos rotuladas, como meros objetos, em “para casar” e “para curtir”. A lógica dessa divisão está em: mulher boa é mulher que se nega a transar. É muito cômodo aos homens acreditar que o sexo é algo só para eles, assim as “esposas” fazem de tudo para satisfazê-los enquanto eles não precisam se preocupar com o prazer delas.
Somos tratadas como as bonecas infláveis da sociedade. Não podemos gostar nem gemer, pois seremos “putas”, muito menos nos negar a transar com nossos “donos”. Eles têm suas “necessidades” e nós temos de servi-los.

                                                                      
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A força feminina em Game of Thrones

    Bom, quando falo de Game of Thrones, me refiro ao seriado. Nunca li os livros da saga e não pretendo fazê-lo. Entretanto, a idéia que muitas pessoas têm de que “é preciso ler o livro para entender” os filmes, e neste caso, o seriado é errada. Cada obra deve se completar por si só, e não criar dependência para sua compreensão.
    Vamos direto ao ponto! GoT é um seriado que demonstra uma época medieval, com guerras e disputas pelo trono dos Sete Reinos. Por ser medieval, demonstra o machismo da sociedade da época, mulheres seres estupradas à luz do dia, mulheres tendo que conviver com a traição explícita do marido, mulheres sendo tratadas sem valor pelo fato de serem prostitutas, mulheres que sofrem preconceito por assumirem cabelos curtos e empunharem uma espada, mulheres que foram tratadas desde o nascimento, de forma diferente que seus irmãos, mulheres que são tratadas como objetos e obrigadas a se casar com pessoas que não querem.
    Mas tudo isso está dentro do que se espera de uma sociedade medieval. O que me chamava atenção dentro do GoT (antes de acabar de ver todas as temporadas) eram as mulheres fortes, que iam contra o fluxo e conquistavam seus lugares. O seriado em questão é um grande exemplo de como mulheres podem ser fortes numa sociedade totalmente hostil.
    A pequena Arya Stark que desde jovem quis empunhar uma espada ao invés de aprender a dançar e “portar-se como uma dama”. Essa menina é uma forte demonstração de que comportamentos não são ligados ao gênero, e a garota não se deixou afastar de suas preferências por conta das cobranças a sua volta.

    A tão odiada Cersei Lannister que, embora seja uma personagem “má”, é um outro exemplo de força feminina em GoT. Em um episódio, Cersei diz sobre como fora tratada diferente de seu irmão gêmeo e futuro amante, Jaime Lannister, desde o momento em que nasceram. Enquanto o irmão era treinado a lutar, ela deveria sorrir e agradar.

    Brienne de Tarth é uma figura literalmente forte. É uma guerreira de cabelos loiros e curtos que luta e vence diversos homens ao longo da série. Sendo julgada por sua aparência e alvo de piadas sobre não ser desejada por homens, Brienne passa por esses bombardeios e mostra que “lutar como uma mulher” é uma grande honra.

    A mãe dos dragões, Daenerys Targaryen, é uma das figuras mais fortes do seriado. Daenerys luta para reconquistar o trono que um dia foi de sua família e assumir como rainha. Para isso, ela consegue formar exércitos e conquistar cidades, libertando escravos e se tornando uma figura decisiva na vida de milhares de pessoas. Tendo coragem de enfrentar homens influentes, donos de escravos e chefes de cidades.

   Na série também é possível identificar marcas de sororidade. Como na relação entre Sansa Stark e Margaery Tyrell, em que ambas estiveram comprometidas com o mesmo rapaz (monstro).


    E também na relação entre Daenerys e Missandei. Em que a mãe dos dragões liberta da servidão, protege e se torna amiga de Missandei. 

    Durante a série, várias outras mulheres são marcantes por sua força, inteligência e atitude.






    Game of Thrones não seria o que é se não fossem suas mulheres corajosas. Mulheres que lutam por sua família, por seu povo, que orientam homens para conquistar o trono e que assumem sua identidade e não se envergonham de suas origens. Por viverem em sociedades tão machistas, as vencedoras de Game of Thrones são essas mulheres.

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HOMENS: Os Legais ou Os Gostosos?

Alô alô, marciano!!


Bom, não sou a Experiência em pessoa, mas já vivi algumas coisas desagradáveis que me fizeram mudar bastante de opinião num curto período de tempo.
Acontece que, há uns 5 anos, eu era uma pessoa totalmente diferente, era a típica garota religiosa que acredita realmente que Deus preparou uma alma gêmea perfeita e que serão felizes para sempre. Nesse momento da vida, eu só queria encontrar um garoto bonzinho, com boas intenções e, de preferência, religioso também.
Eu namorei por muito tempo e no final do namoro, a fase religiosa já tinha acabado (há um tempinho) e as exigências sobre os boys estavam bem mudadas. Ano passado, 2014, eu estava extremamente diferente! Com um posicionamento político sendo definido, abraçando ideologias, indo contra minhas antigas crenças, percebendo que eu estive por muito tempo errada nas minhas opiniões. Eu abri minha mente e me libertei do relacionamento. Pessoas conservadoras, tradicionais e antiquadas já não me atraíam mais. A palavra “namoro”, por exemplo, me dava alergia e eu queria tudo menos isso de novo.
Eu adotei o estilo de vida “pegar sem se apegar”, “sou de todo mundo e todo mundo é meu também” etc.. Eu não estava procurando um futuro marido, então não havia nenhuma razão em dispensar um boy porque ele é um babaca, idiota que não tem nada na cabeça e só fala de coisas fúteis. Eu só queria saber de algumas horas de diversão e alguém que pudesse transar comigo sem ficar enchendo meu saco depois com cobranças e coisas do tipo. Logo, eu não queria um cara legal, eu queria um cara atraente e bom de cama. Apenas!
Não foi muito difícil de encontrar quem se submetesse a sexo casual. Também não foi muito difícil encontrar um cara sexy e bem dotado para me divertir um pouco. Pode me julgar o quanto quiser, mas os homens entendem muito bem o que eu estou falando porque fazem isso o tempo todo. A única diferença é que muitos deles escondem suas verdadeiras intenções sob o discurso do bom moço que quer compromisso e jura um amor inexistente. Eu sempre fui muito sincera, mesmo que fosse para proteger quem não merecia.
Eu saí com alguns caras do tipo “Tomador compulsivo de Whey que só fala em academia” e sabe... Cansei. Embora eu não estivesse procurando um namorado, eu não estava mais contente com a situação. Era muito esquisito ouvir os assuntos fúteis da pessoa e pensar “poxa, sério que é com ‘isso’ que eu estou saindo só por causa de sexo? É ‘nisso’ que estou empregando meu tempo? Não sou obrigada”. Eu concluí que por mais que eu não quisesse namorar, eu queria alguém com quem ou pudesse conversar/dar risada/interagir depois do ato.
Eu troquei os likes em sarados por likes em caras que pareciam engraçados e com uma quantidade mínima de assunto para conversar. Conheci gente de vários tipos, que prestavam e que não, mas isso faz parte. Eu percebi que era isso que eu queria: Amigos Coloridos.
Foi o que eu consegui, amigos que conversavam comigo não só para marcar de ir ao motel, mas para perguntar como ia minha vida, meus estudos e o vestibular. Eram amigos que saiam comigo porque gostavam também da minha companhia e não só de transar. Saíamos para ir ao cinema, jogar sinuca num bar, beber para esquecer o vestibular, passar a tarde no Centro Cultural de São Paulo, prestigiar o aniversário de alguma amiga, ver a decoração de natal na Paulista, ir num show... coisas que amigos fazem.
Eles não eram caras magníficos, lindos ou sarados. Mas eles eram legais e eu gostava da companhia deles, dava risada, conversava, bebia e podia abrir minhas angústias porque eles também me ouviam. Eu havia encontrado o meio termo ideal entre não namorar e não fazer do sexo uma coisa tão “sem razão” (não encontrei termo melhor). Os ‘finalmentes’ aconteciam como uma coisa que faz parte, mas que não era tudo.
Cada um com uma personalidade, sempre tinha com quem conversar dependendo do meu humor. Não havia a dependência de alguém específico para sair comigo, caso alguém estivesse ocupado, não seria o fim do mundo para mim. Além disso, eles eram tão diferentes que sanavam, cada um, uma parte da minha personalidade, me ensinando coisas diferentes também. Não tinha como se conhecerem, freqüentavam lugares diferentes, com rotinas diferentes, isso evitava qualquer mal estar. São Paulo era o lugar perfeito para ter amigos coloridos.
Amizades coloridas são boas quando levadas por pessoas maduras o bastante para lidar. Por ser uma relação livre em que NINGUÉM DEVE satisfação e que não se exige exclusividade, a necessidade de mentir é nula. É claro que, como qualquer amizade, é necessário ter confiança, respeito e consideração, mas por ter menos cobranças, faz sentido que joguem mais limpo.  Porém, pessoas que têm o caráter falho mentem até mesmo quando o jogo pode ser limpo e aberto. Talvez uma falha só no caráter, talvez falta de coragem, excesso de frouxice... estamos sujeitos a encontrar de tudo na vida.   

No final, eu percebi que eu prefiro bem mais alguém legal e honesto a alguém só bonito. Quando alguém é bacana, a beleza se constrói na minha cabeça, mas quando alguém é idiota, toda a beleza que ela tiver, se desconstrói e ela se torna simplesmente desinteressante e dispensável.
É, se você leu até aqui, você é um amor! <3 Amo todos vocês (até se você não gostar de mim, nem ligo.).
Beijos de luz, migos!

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Minha tatuagem feminista

Oi people
Bem, dia 20 de abril, eu fiz minha primeira tatuagem que é o símbolo do feminismo, que significa muito para mim. Eu não me arrependo nem um pouco e acredito que jamais irei. Acontece que algumas pessoas a minha volta têm tirado conclusões precipitadas e têm julgado demais para quem me conhece de menos.
Os olhares meio tortos para minha tatuagem e piadinhas envolvendo o termo "feminazi" me mostram como as pessoas conhecem pouco da ideologia e mesmo assim abrem a boca para "criticar". 
Um garoto da minha sala teve a brilhante e educada ideia de me falar em tom de brincadeira, para disfarçar a intenção das suas palavras, "você fez uma tatuagem do feminismo... para que isso? Você tem problema mental?". Primeiro, eu queria esclarecer que não existe NECESSIDADE em se fazer tatuagens, necessidade é algo vital como se alimentar. Logo, se eu fiz a minha tatuagem foi simplesmente porque EU QUIS.
Em segundo lugar, o Aécio (rs).
Em terceiro lugar, eu tenho certeza que se eu tivesse tatuado uma flor/estrela/borboleta ou qualquer coisa mais genérica assim, as pessoas me perguntariam menos o porquê de ter tatuado isso. A resposta seria bem óbvia do tipo "porque eu gosto de tal coisa, oras". Agora, quando eu tatuo algo que tem todo um significado e uma ideologia por trás, as pessoas acham mais "desnecessário". Faz sentido? Não.
E por último, eu acho engraçado as pessoas não saberem nada da minha vida e das minhas histórias e virem me julgar pelo que eu faço do meu corpo. Mais uma vez, mesmo se eu não tivesse história alguma, eu ainda tenho todo direito de tatuar qualquer coisa no meu corpo. Mas, tendo meus motivos para me identificar com a causa, eu tenho muita razão para querer eternizar isso no meu corpo, eu tenho muito orgulho do meu posicionamento e eu tenho muito orgulho da minha luta. Para quem pouco me conhece, as pessoas estão julgando demais.
Eu, sinceramente, acho que não tenho mais paciência com certas atitudes das pessoas. Não me considero melhor que ninguém, apenas acho que a vida me fez ter valores e modos de pensar diferentes das pessoas da minha idade. Vejo poucas pessoas a minha volta que se engajam em causas politicas e ideológicas, acho que isso influencia bastante na forma como cada um de nós vê o mundo. Talvez por essa razão as pessoas acham meio aleatório, mas acontece que da minha vida e das minhas causas sou eu quem tem que achar alguma coisa.



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Como medir o mundo

Olááááa! :D

Hoje, eu vou contar uma coisa muito bacana que aprendi. Não é barraco nem crítica ácida contra ninguém dessa vez.
Estava eu em Sampa City com uma das minhas melhores amigas, ela é maravilhosa e está fazendo Direito numa faculdade top! Um professor dela a ensinou o sentido de uma frase bastante conhecida, mas pouco entendida: "O homem é a medida de todas as coisas". Entenda-se por 'homem' como ser humano e não como sexo masculino, por favor.
A explicação foi que se você acha que todos a sua volta vão te trair, é porque você trai os outros. Se você acha que sempre estão tentando te passar para trás, é porque você passa os outros para trás. Se você acha que todos são bonzinhos é porque você é bonzinho com os outros. Dessa forma, você é a medida de todos a sua volta.
Eu achei extremamente interessante! Geralmente, eu sempre sou feita de idiota porque confio demais nas pessoas e nunca tive vergonha de dizer isso. Por duas vezes conheci gente que era uma coisa e se passava por outra e eu nem suspeitei, afinal de contas "para que a pessoa teria necessidade de mentir?". Hoje, eu entendo que o fato de ser extremamente sincera e direta faz com que eu não desconfie que as pessoas estejam me falando mentiras.
Sinceramente, e quem me conhece de verdade sabe, eu não levo jeito para mentir. Eu não me sinto bem! Quando conheci as duas figuras infelizes do Tinder que tinham namorada e noiva, eu os disse no primeiro encontro "não quero nada sério". Eu não liguei que pudessem me chamar de puta (como realmente fizeram depois) e me julgar, eu só liguei de ser sincera e não brincar com os possíveis sentimentos de alguém (porque sim, eu ainda acredito que sentimentos existam... o que, segundo minha temática, significa que eu tenho sentimentos). Eu tenho consideração pelas pessoas, porque no fundo, espero que elas tenham consideração para comigo.
Parece meio fantasioso, e eu realmente começo a acreditar que seja. Ser bom não leva a caminhos muito agradáveis. Não vou negar também que depois de várias decepções eu aprendi a desconfiar bem mais, o que não significa necessariamente que eu tenha me tornado alguém que não merece confiança. 
Meu ex-namorado era extremamente ciumento! Puta que pariu, como era insuportavelmente ciumento, mas ele era confiável (e eu tenho muitos defeitos para falar dele, mas esse não posso dizer porque seria injusto). Ele nunca me traiu e jamais trairia. Eu digo isso com a certeza de quem conviveu muito com ele por três anos (e se eu estiver errada, já sabem, é porque jamais trairia alguém também, mas brincadeira, ele era correto nisso mesmo). A questão do ciúmes dele se devia ao fato dele ter sofrido algumas decepções antes de mim, com meninas que diferente de mim, não eram confiáveis e leais. É o mesmo raciocínio dos imbecis que conheci no Tinder. Não tem como continuar acreditando que o mundo é lindo quando ele te dá vários tapas na cara e te manda acordar. Uma hora você acorda mesmo.

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De volta para minha terra I

Olá pessoas!
Como vai a vida? A minha vida tá meio bagunçada.
Eu vim passar o fim de semana ("vim" porque ainda estou) em Sampa! Uhuuu!
Fiquei um mês e meio fora da minha terrinha tão querida <3
Quando eu saí daqui da cidade que não dorme e fui para o interior eu chorei litros pela saudade que sabia que iria sentir. Não foi engano! MAS, o vislumbre das coisas novas e o costume da nova rotina me fizeram esquecer como é estar aqui. Esqueci a saudade, ou aprendi a conviver com ela.
Ainda assim, quando subi no ônibus para voltar para São Paulo senti uma enorme paz. Meu subconsciente sabia que eu estava indo para casa! Quando eu entrei na Marginal Tietê e vi as filas inacabáveis de carros e incontáveis luzes vermelhas acesas, eu senti uma sensação de pertencimento tão grande que é inexplicável.
Ao pisar em casa, eu senti a segurança que talvez nenhum outro lugar me dê: meu lugar no mundo é aqui. E eu não digo isso pela cidade, eu digo isso porque é a realidade da vida mesmo. A casa dos meus pais é o lugar que eu sei que sempre será de alguma forma meu e vai ser sempre meu porto seguro. 
Tocar as paredes, o corrimão, sentar nas cadeiras, tocar os interruptores e maçanetas, ligar o fogão, abrir a geladeira, olhar a louça, reconhecer a organização, tomar banho... respirar! É tudo tão diferente no seu próprio lar. Eu jamais saberia analisar tão bem a minha casa se não saísse dela por um tempo. Não digo que me tornei visita, mas estou muito mais distante. Observo cada centímetro com amor.
Pegar ônibus, metrô, trem! É incrível <3
Rever o ritmo da cidade que eu tanto conheço. Andar em shoppings, rever amigos, almoçar com a família, comer iguarias familiares, sair com a família! É tão bom não se sentir só! É tão bom ser mimada e ser amada!
Sair do shopping, pegar o ônibus e se despedir daquele lugar mentalmente. Fechar os olhos e perceber que ainda reconheço cada curva e consigo saber em que parte do trajeto estou sem nem precisar olhar. 
Não existe palavra que descreva como eu passei a observar minha cidade. Não tem palavra que demonstre o que eu sinto por ela.
Em contrapartida, eu sinto que minha mudança é parte muito importante do meu crescimento pessoal. Me adaptar a perder (ou melhor, me afastar) da minha essência, aprendendo a me descobrir mais forte e renovada todos os dias. Aprender um novo ritmo de vida, nova rotina, novas obrigações, novas paisagens. Um novo lugar para chamar de meu.
São Paulo é como uma pessoa. Cheia de defeitos que irritam muito, mas também encanta, entretêm e apaixona. Sampa surpreende a cada dia, Sampa não pára nunca, Sampa brilha à noite, Sampa é a terra das minhas mais profundas reflexões. Com toda sua imensidão, Sampa também é solitária, fria e vazia. Mesmo no meio de uma multidão, Sampa pode se mostrar assim. Cada pessoa no seu afazer e com seus problemas, num ritmo meio insano e doente, ninguém repara em ninguém. Porém, a diversidade de estilos, gostos e costumes faz dessa cidade a mais completa de todas.
Enfim, eu amo estar aqui! Mas, é muito estranho entrar na sua casa e ver que as coisas continuaram seu ciclo enquanto você não estava lá para ver. Me senti um pouco turista. Triste! Costumava ser tudo tão meu, agora é difícil se afastar tranquilamente.
Mas eu adoro  minha nova vida lá. Estou tendo a chance de construir algo e isso também me encanta. Mesmo ainda perdida, sem saber sequer onde comprar pão, é nessa cidade que dorme que eu vou viver os melhores anos da minha vida. 
Bom, essa foi uma ponta do iceberg de emoções que tive nesse feriado, obrigada por compartilharem esse momento comigo.
Amanhã: bye bye Sampa City :/

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Sobre namorar e ser solteira

Oi galera!
Nossa, eu me odeio por não escrever tanto quanto antes, mas ok.

Eu estava tomando banho e pensando (para variar) e lembrei que este mês (mais precisamente dia 1) fez um ano que estou solteira. "É motivo de alegria?" Sim. "Oh, como você é sem-coração!" Bitch, please.
Não é a primeira vez que falo sobre o meu último namoro cheio de NÃOS e MIMIMIS. Portanto, ter saído dessa relação (depois de ter me acostumado com ela havia três anos) foi algo glorioso para mim. Acredite, sair de uma situação dessa é bem difícil. Conhecer a família da pessoa que mora na puta que pariu, ter amizade com xs tixs, primxs e outros parentes é bem complicado também e piora muito o término quando você pensa na aceitação que já teve e como vocês se dão bem... parece que essa foi uma sorte única na sua vida. Tudo babaquice. Existem inúmeras famílias legais que irão com a sua cara, e se não forem, foda-se!
A questão na verdade era o que eu tirei de lição dessa minha fase (muito importante da vida). Então agora eu mostro meu lado filosofa e reflexiva. 
Não vou ser ingrata e dizer que foram anos totalmente horríveis e etc. Nem sequer apaguei todas as fotos, porque acredito que seria um insulto aos bons momento que eu vivi, independente de estar acompanhada ou não. E até mesmo um insulto com meu ex que, com todos os defeitos, também tinha qualidades (como todo ser humano) e foi importante para mim.
Eu costumo comparar as pessoas a tijolos. Não importa se a pessoa foi legal ou filha da puta com você, ela passou pela sua vida e te ensinou alguma coisa. Dessa forma, ela ajudou a moldar a pessoa que você passou a ser dali para a frente. A pessoa se tornou um tijolo que ajudou (de forma boa ou ruim) a construir quem você é. Não importa se você odeia ela ou não, não tem como tirá-la da sua vida. 
Eu não tento tirar meus namoros da minha vida. Eu vivi bastante coisa e aprendi demais! Hoje, sou uma pessoa totalmente diferente, mas se não tivesse passado pelas coisas que passei, talvez eu fosse igual eu era antigamente. Amadurecimento não se adquire só com acertos.
Eu acho sim que comecei a namorar cedo demais. Uma pessoa de 14 anos não tem condições de escolher um amor para sua vida inteira. Mas acho também que ter começado cedo me deu a chance de aprender várias coisas a tempo de acertar na próxima vez. Terminei com 17 anos e isso ainda é bastante cedo, então eu tenho como errar algumas vezes ainda.
Hoje, eu não erraria as mesmas coisas de antes. Fala sério! Tem tanta coisa para errar, tem que cometer erros diferentes. Óbvio que não foi um processo consciente quando acabei permitindo que controlassem meus amigos, roupas, rolês e horários. Mas, hoje, eu teria um cuidado maior em reservar meu espaço para que não acabasse virando uma meio-marionete novamente.
Namorar não pode ser uma condição imutável e é preciso ter consciência disso. Namorar é uma escolha que se faz todos os dias quando você percebe que ainda quer aquela companhia com você (não vou dizer "se apaixonar todos os dias pela mesma pessoa" porque já é forçar a barra). Aquela mania idiota que acontece nos relacionamentos de dizer "não gostei, apaga" ou "não gosto delx, para de ser amigx da pessoa" é o fim da picada!
Primeiro, vamos confiar nx parceirx né? Segundo, insegurança é broxante! Terceiro, ESPAÇO e LIBERDADE são fundamentais.
Achar que o namoro é uma condição fixa e que tudo além dele pode ser modificado para o bem do relacionamento é FURADA! Por isso que eu disse que a escolha do namoro deve ser feita todos os dias quando você olha para a pessoa e mesmo que você não goste dos seus amigos ou coisas dessa espécie, você quer estar com ela, e não pedir para ela escolher entre os amigos e você!
Moral da fucking história: namorar (para mim) é uma ESCOLHA, não a compra de uma camisa de força!
Ser solteira é decidir se eu saio hoje ou não, escolher meus amigos, decidir onde e que horas volto, comprar as roupas porque EU gosto e falar besteira sem ouvir mimimi. Resumindo, foi uma carta de alforria. Logo, eu comemorei sim. Hoje, com muito mais aprendizado eu enxergo as coisas de uma forma muito diferente.  
"Ah, mas quando você ama, você não consegue terminar!". Amor é querer bem, querer perto e querer feliz. Amor não é uma coisa tão rara assim. Você pode ver amor na vida como um todo e ver amor nas coisas mais simples da sua vida. Eu, por exemplo, vejo amor no ato de me arrumar, pegar meu fone de ouvidos e sair pela rua andando com trilha sonora, como nos filmes. Eu vejo amor em deitar na rede com um livro. Eu vejo amor em tantas coisas... Eu veria amor em me sentir bem perto de alguém e não em ser prisioneira de uma dependência cujo apelido recebido foi "amor". Namoro causa uma sensação de dependência, que nada mais é do que o costume de estar junto. O fato de ter feito planos incluindo aquela pessoa também dá a impressão de que há um "amor". Para mim, amor é escolha (às vezes, uma escolha bem difícil). Olhar para a pessoa que te causa mal e pensar que a ama, isso é dependência! Olhar para alguém que te causa o bem e amá-la é escolha, é racional e é saudável. Romper a inércia de um relacionamento longo de bosta é bem difícil. Eu fiquei bem orgulhosa de ter conseguido enxergar que amor mesmo é o que eu sentia por mim o bastante para abandonar o "costume" de estar junto de quem queria me mudar.
Acho que é isso, povo. Beijos de luz :*

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O médico e sua cantadinha

Oi galera!
É, eu não morri. Ainda. 
Eu estou numa cidade nova, está bem movimentada minha rotina, não tenho tido muito tempo para abrir meu coração (aawn que meiga! haha).
Acontece que, recentemente, eu fiquei (e ainda estou) doente. Minhas amígdalas resolveram inchar para tentar me sufocar fechando totalmente a minha preciosa entrada de alimentos. Eu senti muita dor, eu passei fome, eu sofri (parece drama e é drama, mas ao mesmo tempo é verdade).
Ai beleza. Qual é o problema de ficar doente longe dos pais, sem sua família fofa e seu papai para te levar no médico e te dar remédio? "Nenhum".
Enfim, eu consegui pessoas legais (little friends) para me levarem ao hospital. Eu só pude ser atendida no hospital público porque meu plano de saúde resolveu que na cidade em que eu vim morar, eu mereço morrer doente mesmo e foda-se.
Ok, eu fui levada para a UPA (unidade de pronto atendimento) e eu nem achei tão ruim. O engraçado foi quando eu entrei na sala do médico.
Quem me conhece pessoalmente sabe que eu sou agitada, espontânea e infantil até. Quando o médico perguntou se eu estava bem, eu já comecei a ser eu mesma.
Detalhes à parte, o médico riu quando eu falei um palavrão e deve ter sentido algum tipo de liberdade (proveniente da cabeça dele). 
-> Ele olhou na minha ficha e disse "você tem 18 anos, que delícia". Ai eu falei "de que adianta ser novinha se já estou toda doente...".
-> Ai ele falou algo do tipo "ah, mas você é bonita, toda gatinha.." e eu dei risada, porque eu sou tão jumenta que eu não estava nem sentindo que tinha intenção por trás disso.
-> Ai o médico falou "seu namorado está ai fora?" e eu inocentemente (como boa inocente que sou) dei risada e falei "que mané namorado!". Daí, ele olhou meio "wow" e perguntou "por que?", ai a trouxona aqui respondeu "isso não dá certo, ou você casa ou termina". PRONTO! O médico achou que era meu amigo! Começou a falar da vida dele, da mãe dele... e, de repente, ele falou a pérola da noite.
-> Ele disse "ah, eu também não quero casar. Todo fim de semana eu vou para Ribeirão Preto, fico num hotel TOP, fico de boa. Faz pouco tempo eu comprei um camaro zero! Eu vou arrumar mulher para que? Arrumar uma namorada novinha levar para passar o fim de semana comigo, beleza. Agora, casar? Não."
Eu queria dizer que, ainda assim, eu não pensei que ele estivesse sendo o idiota que ele foi. Continuemos.
Ele me passou o remédio, eu pedi uma injeção para que eu melhorasse logo e pudesse me alimentar e tal.
-> Ai, ele me receitou um remédio e eu perguntei "esse remédio é muito caro?" (ai você talvez não entenda porque eu perguntei isso, mas acontece que, às vezes, ele pode trocar um remédio caro por um parecido mais acessível, porque recentemente eu descobri que remédio é muito caro). Ai ele olhou e falou "Não é não... ah, esse segundo ai eu acho que tenho no carro...". Ai eu falei "não, se não é caro eu não ligo de comprar."
-> Acabando a consulta, ele falou "me adiciona no face, se não melhorar ou qualquer coisa, você fala comigo por lá" e eu fiquei tipo "ah, beleza, pode deixar". Ai ele completou "tem uns vírus lá, umas coisas que eu não sei como eu peguei, mas acho que não passa". Ai eu (ainda inocente achando que o médico era só simpático) disse "acho que só pego se eu clicar". Ai ele disse "ah, acho que você não vai querer clicar, foto de mulher pelada...". Ai eu dei risada, disse que não e tal, nos despedimos e fim.
Quando eu contei para os meus amigos eles disseram que o cara tava dando em cima de mim. Ai eu reparei e pensei "filho da puta!". O problema não é ele me chamar de "gatinha", é ele vir tentar me impressionar com um carro caro e sua condição financeira. 
Eu já disse aqui uma vez que acho ridículo quando associam a imagem da mulher com uma mercenária louca por carros. Se você acha que carro é ímã de mulher, eu quero que você morra com seu carro enfiado no cu.
Na verdade, é meio deprimente até. Parando para pensar, se seu carro e seu dinheiro são as únicas coisas que você tem para oferecer para alguém, você é um bosta, e eu tenho pena de você.
Beijos de luz :*

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Ser mãe na adolescência

Oi galera! 
Bom, banhos têm duas funções: te deixar limpo e te fazer refletir.
Pois então, eu estive refletindo sobre quantas jovens, próximas a mim, eu já conheci que estavam grávidas e sabe, foram poucas até. Quando eu estava na sétima série, tinha uma garota grávida que deu a luz nas férias de junho (enquanto ela dava a luz, eu tinha minha menarca! Logo, (na época) eu fiquei horrorizada com a situação dela né). Depois, eu vi que, recentemente, uma antiga colega de turma minha também teve um bebê.
Essa história de engravidar na adolescência sempre causa tanta polêmica, que acaba sendo difícil de conversar a respeito, mas essa é a perspectiva de vida de várias garotas. Antigamente, era comum que meninas se casassem e tivessem filhos aos 17 anos de idade. Hoje, se fazem isso são criticadas de forma dura pela maior parte da sociedade. Acontece que, ainda hoje, várias garotas têm esse sonho de construir uma família e pronto.
O ponto é que, mais uma vez, as convenções sociais impõe o que deve ou não ser feito pelas garotas/mulheres. Ninguém consegue simplesmente respeitar a decisão ou a situação de cada um. É preciso sempre hierarquizar as escolhas, como se, por cursar Engenharia Química, eu fosse melhor do que alguém que escolheu cuidar da casa e dos filhos. Não faz sentido!
Feminismo, para mim, é buscar a liberdade de fazer o que quiser com seu corpo e sua vida, não se trata de largar o tradicional obrigatoriamente, mas poder escolher se quer ou não aquilo. Não por ser mulher ou homem, mas por ser um indivíduo que quer fazer algo e fim. 
Acontece que a garota que tem nos braços seu filho é sempre vítima de julgamentos sobre sua "falta de responsabilidade" enquanto a garota que tem nos braços seus livros é "admirada" como se valesse mais (ou criticada por pessoas machistas que acham que mulher tem que cuidar da casa, mas enfim).
O que quero dizer é que ninguém é melhor do que ninguém! Seja a gravidez uma escolha ou um acidente. Errar é humano e ninguém tem nada a ver com isso, a menos que ajude a pagar suas contas e consertar suas burradas. 
"Tinha um futuro inteiro pela frente!" - e não tem mais? Ora, a menos que a garota morra no parto, ela vai continuar tendo um futuro pela frente. Aprenda que futuro não é só aquilo que você valoriza e acha vantajoso. Futuro não é só estudar feito louco para ter dinheiro. Caso essa seja sua opinião é muito simples: faça isso :D
Às vezes, é um acidente, ok. Mas mesmo assim, as pessoas precisam parar de julgar sob seus valores a situação dos outros. Já que se importa tanto com a vida da jovem grávida, então ajude ao invés de denigrir sua imagem com boatos e olhares de desprezo.
A opção "ser mãe" e "não ser mãe" são igualmente bonitas e dignas. Não cabe a terceiros decidir o destino alheio. Quando mulheres se negam a ser mães, são criticadas. Quando mulheres são mães, são criticadas. Pois então as mulheres têm que ser mãe a hora que você acha certo? Só para lembrar: meu corpo, minhas regras. 
Mamães ou não-mamães vocês são livres, lindas e merecem respeito. Empoderem-se! 

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