Bom, não sou a Experiência em pessoa, mas já vivi algumas
coisas desagradáveis que me fizeram mudar bastante de opinião num curto período
de tempo.
Acontece que, há uns 5 anos, eu era uma pessoa totalmente
diferente, era a típica garota religiosa que acredita realmente que Deus
preparou uma alma gêmea perfeita e que serão felizes para sempre. Nesse momento da
vida, eu só queria encontrar um garoto bonzinho, com boas intenções e, de
preferência, religioso também.
Eu namorei por muito tempo e no final do namoro, a fase
religiosa já tinha acabado (há um tempinho) e as exigências sobre os boys
estavam bem mudadas. Ano passado, 2014, eu estava extremamente diferente! Com
um posicionamento político sendo definido, abraçando ideologias, indo contra
minhas antigas crenças, percebendo que eu estive por muito tempo errada nas
minhas opiniões. Eu abri minha mente e me libertei do relacionamento. Pessoas
conservadoras, tradicionais e antiquadas já não me atraíam mais. A palavra
“namoro”, por exemplo, me dava alergia e eu queria tudo menos isso de novo.
Eu adotei o estilo de vida “pegar sem se apegar”, “sou de
todo mundo e todo mundo é meu também” etc.. Eu não estava procurando um futuro
marido, então não havia nenhuma razão em dispensar um boy porque ele é um
babaca, idiota que não tem nada na cabeça e só fala de coisas fúteis. Eu só
queria saber de algumas horas de diversão e alguém que pudesse transar comigo
sem ficar enchendo meu saco depois com cobranças e coisas do tipo. Logo, eu não
queria um cara legal, eu queria um cara atraente e bom de cama. Apenas!
Não foi muito difícil de encontrar quem se submetesse a sexo
casual. Também não foi muito difícil encontrar um cara sexy e bem dotado para me
divertir um pouco. Pode me julgar o quanto quiser, mas os homens entendem muito
bem o que eu estou falando porque fazem isso o tempo todo. A única diferença é
que muitos deles escondem suas verdadeiras intenções sob o discurso do bom moço
que quer compromisso e jura um amor inexistente. Eu sempre fui muito sincera,
mesmo que fosse para proteger quem não merecia.
Eu saí com alguns caras do tipo “Tomador compulsivo de Whey
que só fala em academia” e sabe... Cansei. Embora eu não estivesse procurando
um namorado, eu não estava mais contente com a situação. Era muito esquisito
ouvir os assuntos fúteis da pessoa e pensar “poxa, sério que é com ‘isso’ que
eu estou saindo só por causa de sexo? É ‘nisso’ que estou empregando meu tempo?
Não sou obrigada”. Eu concluí que por mais que eu não quisesse namorar, eu
queria alguém com quem ou pudesse conversar/dar risada/interagir depois do ato.
Eu troquei os likes em sarados por likes em caras que
pareciam engraçados e com uma quantidade mínima de assunto para conversar. Conheci
gente de vários tipos, que prestavam e que não, mas isso faz parte. Eu percebi
que era isso que eu queria: Amigos Coloridos.
Foi o que eu consegui, amigos que conversavam comigo não só
para marcar de ir ao motel, mas para perguntar como ia minha vida, meus estudos
e o vestibular. Eram amigos que saiam comigo porque gostavam também da minha
companhia e não só de transar. Saíamos para ir ao cinema, jogar sinuca num bar,
beber para esquecer o vestibular, passar a tarde no Centro Cultural de São Paulo,
prestigiar o aniversário de alguma amiga, ver a decoração de natal na Paulista,
ir num show... coisas que amigos fazem.
Eles não eram caras magníficos, lindos ou sarados. Mas eles
eram legais e eu gostava da companhia deles, dava risada, conversava, bebia e
podia abrir minhas angústias porque eles também me ouviam. Eu havia encontrado
o meio termo ideal entre não namorar e não fazer do sexo uma coisa tão “sem
razão” (não encontrei termo melhor). Os ‘finalmentes’ aconteciam como uma coisa
que faz parte, mas que não era tudo.
Cada um com uma personalidade, sempre tinha com quem
conversar dependendo do meu humor. Não havia a dependência de alguém específico
para sair comigo, caso alguém estivesse ocupado, não seria o fim do mundo para
mim. Além disso, eles eram tão diferentes que sanavam, cada um, uma parte da
minha personalidade, me ensinando coisas diferentes também. Não tinha como se
conhecerem, freqüentavam lugares diferentes, com rotinas diferentes, isso
evitava qualquer mal estar. São Paulo era o lugar perfeito para ter amigos
coloridos.
Amizades coloridas são boas quando levadas por pessoas
maduras o bastante para lidar. Por ser uma relação livre em que NINGUÉM DEVE
satisfação e que não se exige exclusividade, a necessidade de mentir é nula. É
claro que, como qualquer amizade, é necessário ter confiança, respeito e consideração,
mas por ter menos cobranças, faz sentido que joguem mais limpo. Porém, pessoas que têm o caráter falho mentem
até mesmo quando o jogo pode ser limpo e aberto. Talvez uma falha só no
caráter, talvez falta de coragem, excesso de frouxice... estamos sujeitos a
encontrar de tudo na vida.
No final, eu percebi que eu prefiro bem mais alguém legal e
honesto a alguém só bonito. Quando alguém é bacana, a beleza se constrói na
minha cabeça, mas quando alguém é idiota, toda a beleza que ela tiver, se
desconstrói e ela se torna simplesmente desinteressante e dispensável.
É, se você leu até aqui, você é um amor! <3 Amo todos vocês (até se você não gostar de mim, nem ligo.).
Beijos de luz, migos!
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