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O real direito de ir e vir.

Oi, galera.
Hoje, eu fui fazer minha matrícula na UNESP (Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho") para o curso de Engenharia Química - meu grande sonho. 
Acontece que eu sou de São Paulo e o campus da Unesp que tem meu curso é em Araraquara, basicamente 280km de distância. Ok, e daí? 
E daí que devido ao fato do meu pai ter que trabalhar e não poder ir comigo de carro, eu tive que ir de ônibus para lá. A questão é que cada passagem de ida/volta custa mais ou menos R$62,00, portanto ida e volta R$124,00. Começou o alvoroço! Minha mãe não queria que eu fosse sozinha fazer a matrícula na cidade. Porém, se ela fosse, gastaríamos só de passagem R$248,00. Muito caro!!
Ai tudo bem. Eu fui até lá, fiz a matrícula e deu tudo certo (tirando o fato de ter ficado 8h na estrada).
Eu estive pensando sobre as razões da minha mãe ter tido tanto medo em me deixar ir sozinha - porque ela tem de fato certa razão. 
Infelizmente, a sociedade não está preparada para ver uma jovem sozinha cuidando de sua vida sem precisar de um guarda-costas. As pessoas me olham de forma diferente quando estou sozinha e quando estou acompanhada por um homem. Além das suposições machistas que fazem dentro de suas cabeças, existe o triste problema da falta de limites física. 
O medo da minha mãe se deve mais ainda ao fato de saber que vários homens se valem da força física (em geral, maior que a das mulheres) para conseguir o que querem como se fossemos meros brinquedinhos.
Eu estive me observando há algum tempo, e percebi que eu também tenho certo medo. Quando estou sentada no ônibus, eu torço para que uma mulher sente ao meu lado e não um homem, e quando subo no ônibus é a mesma coisa. Quando estou andando na rua e vejo alguém caminhando bem próximo a mim, sinto um alivio por ver que é uma mulher e aperto o passo ou me afasto mais quando vejo que é um homem. 
Por essas situações e algumas outras que eu vejo o limite da nossa liberdade. Por mais que eu não deixe de ir nos lugares por causa dessa pressão, sinto como se estivesse com menos paz do que deveria. Não tenho o direito e ir e vir em paz porque sei que homens sem respeito algum existem.
Quantas mulheres abrem mão do seu direito de ir e vir por se sentirem coagidas no dia a dia com olhares, gracinhas e investidas grosseiras? Nesse crime do cotidiano, infelizmente quem paga é a vítima.

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1 comentários:

  1. Olha só ta se tornando filósofa...
    Infelizmente o mundo ainda é rodeado de homens com pensamento machista e homens ruim por ai, tanto avanço em diversas áreas e os princípios ignorantes dos séculos passados permanecem, as mulheres são consideradas fracas e donas de casa e objeto de prazer, nada mais que isso, e por isso o mundo ainda está do jeito q está.

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