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Defender Minorias Incomoda Muita Gente

Olá, hoje eu vim aqui refletir sobre as razões pelas quais as pessoas ficam irritadas quando defendemos alguma minoria. E mandar um recado para as pessoas que se irritam.
Eu, particularmente, acho muito óbvio o que vou discorrer aqui, mas tenho percebido algumas atitudes ao meu redor que me fizeram perceber que não é tão óbvio assim. Vamos lá.
Sempre foi muito cômodo para as pessoas rirem do amigo gordinho, fazer piada dizendo que o negro é bandido, falar que mulher é burra, gritar nomes ofensivos para o gay, bem como outras formas de humilhação que algumas pessoas dentro do padrão gostam de fazer para se sentirem menos insignificantes.
Essa cultura está tão profundamente enraizada na mentalidade das pessoas que a maior parte nem se dá conta que está sendo extremamente imbecil ao tentar fazer graça com esses assuntos. E não para por aí. Além das pessoas não terem senso crítico o bastante para perceber que estão sendo preconceituosas, a maior parte não aceita quando alguém tenta alertar sobre o preconceito daquilo que estão falando ou fazendo. Ao invés de ouvir o alerta, refletir, reconhecer o erro e mudar de postura, a pessoa se irrita por perceber que se enquadra como preconceituosa e começa a atacar todos aqueles que a fazem lembrar que ela é de fato preconceituosa. 
O que algumas pessoas não têm, na verdade, é humildade e maturidade o suficiente para reconhecer que têm agido errado por anos. Você não precisa gritar aos sete ventos que estava errado, é só mudar suas atitudes e se tornar um ser humano melhor, ok? Todos nós nascemos em uma sociedade racista, LGBTfóbica, misógina, machista e gordofóbica que nos impõe diversos padrões e doutrinas desde sempre. Nós somos produto da sociedade em que vivemos e, consequentemente, reproduzimos coisas erradas que nos são ensinadas como certas. Demora um certo tempo para que você consiga ir se libertando das coisas ruins que incorporou ao longo da vida. Isso se chama evoluir, e se você não tenta evoluir ao longo da vida, então algo de errado está em VOCÊ e não no seu colega que mudou de opinião e parou de rir das suas piadinhas preconceituosas.
Houve o dia em que eu era extremamente preconceituosa. Chegou um momento da vida em que eu me senti mal, eu percebi que a maior parte das coisas que eu reproduzia eram ideias que foram colocadas em mim e não coisas que eu realmente acreditava por conta própria. Eu nunca havia refletido devidamente sobre aqueles assuntos, como eu poderia ter uma opinião formada? Era simples, a sociedade me colocou ideias prontas sem que eu me desse conta. Ao invés de negar que eu havia sido manipulada a vida toda, eu me olhei no espelho e me apontei os MEUS próprios erros. É muito fácil dizer que o OUTRO está errado, entrar numa discussão e acabar defendendo algo simplesmente pelo orgulho de vencer uma briga. O difícil é criar uma discussão consigo mesmo, se questionar se você realmente está tão certo quanto pensa. É difícil dar o braço a torcer e assumir para seu próprio ego que você estava errado, desconstruir uma ideia e mudar sua postura. Só os nobres procuram falhas em si próprios e se permitem mudar de opinião 💪.
Então, se a pessoa que defende os direitos das minorias te incomoda, você deveria repensar suas ideologias antes falar como o dono da verdade. Até porque se a conquista dos direitos de alguém te incomoda, você precisa urgentemente procurar ajuda psicológica por duas razões: 1- a palavra é DIREITO e se você acha que alguém não deve ter, ou você não sabe o significado dessa palavra ou você acha que o mundo é um grande The Sims que você controla. 2- se a conquista de alguém te incomoda, sua vida deve estar realmente uma merda 💩.
E se mesmo assim, você (dono da verdade) quer atacar as pessoas que defendem os direitos das minorias, saiba que não vai adiantar de nada. A menos que você use de uma ferramenta chamada diálogo, não perca seu tempo com seu discurso de ódio porque a última coisa que vai nos afetar é ser ofendido/a por uma pessoa de ideias tão primitivas, preconceituosas e mesquinhas como você. 
No mundo, existem dois tipos de pessoas: aquelas que valem a pena e aquelas que eu faço questão que não gostem de mim, porque alguém com a mentalidade tão antiquada e a visão de mundo tão limitada é um prazer ter bem longe do meu círculo de amizades. Para mim, é uma honra que você não goste de mim.

💗PAZ💗

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O Efeito da Graduação na Vida Pessoal

É mais de meia noite. Esse texto é um desabafo, um grito de socorro em meio a tantas obrigações.
Não é novidade eu faço um curso de engenharia numa faculdade estadual, e acredite, não falo isso feliz como falei quando passei no vestibular e queria anunciar aos sete ventos minha conquista. Falo isso para começar a narrar a triste vida que levamos. Não posso falar por aquilo que não vivo, então estou aqui falando apenas por mim, na minha situação, na minha pele. Se alguém discorda, que bom. Se alguém concorda, sinceramente lamento, pois a situação não está boa.
Sei que existem muitas pessoas pelo mundão que estão em situações piores, e pessoas que dariam tudo para estar no meu lugar. Mas, pera aí, isso não é uma competição sobre quem está mais a fundo no poço da vida. É sempre importante refletir e fazer críticas a fim de que as coisas melhorem, ao invés de ficarmos inertes assistindo as coisas como elas são, como se tudo estivesse na sua mais perfeita ordem, quando na verdade, as coisas estão bem ruins.
Vamos lá. Sou assumidamente feminista e me interesso por diversos assuntos que envolvem não só a luta das mulheres, como assuntos de política (eu sei que feminismo envolve política, e que as coisas são interligadas, mas vamos facilitar o diálogo), causa LGBT, e até as pautas da luta contra o racismo (mesmo que eu não pertença a essa minoria) me interessam. Eu gosto de ler artigos e livros, assistir a documentários e séries, escrever textos etc. Eu gosto de viver, ter identidade, ser além da minha vida acadêmica, ser HUMANA.
A queixa que me cabe é não conseguir conciliar a minha vida pessoal com o meu desempenho satisfatório na universidade. Este semestre, bem como o último, temos 30 créditos semanais, o que significa 30 horas de aulas. Fora as atividades extracurriculares como iniciação científica e afins. Cada disciplina tem duas ou três provas no semestre, e algumas ainda tem seminários (nada mal né?), outras têm relatórios semanais e mais atividades semanais valendo nota. Parece muito simples seguir o algoritmo do sucesso para obter um bom rendimento escolar e ser feliz, mas na prática, quando você precisa suprir as demandas fisiológicas e cumprir todas suas tarefas acadêmicas, você percebe que sua força de vontade se tornou inútil. A cada segunda-feira, sua missão é simplesmente dar conta de tudo da faculdade, tendo (com sorte) dormido de sete a oito horas por noite, tomado banho todos os dias e ter tido refeições minimamente saudáveis. 
Ao longo das semanas letivas, você já nem se admira de não ter tido tempo para ver um filme, ou sair com os amigos. E se você sai? Sua cabeça geralmente permeia a lista mental de relatórios e provas. É difícil querer um rendimento satisfatório e ter plena paz quando se resolve relaxar. Não é vitimismo dizer que vivemos um terror psicológico constante. 
É claro que existem pessoas que lidam facilmente com todas as cobranças e têm uma vida social bacana. Mas eu não sou um gênio, me considero dentro da normalidade, na média.
O que mais me fere atualmente, é não ter tempo de ser engajada naquilo que me move. O momento mais libertador da minha vida foi quando conheci e abracei o feminismo. E hoje, eu sequer paro para ler as principais notícias que envolvem a causa. Eu não estou satisfeita como a feminista que sou e não estou satisfeita como a engenheira química que estou tentando ser. 
O conhecimento científico da área que escolhi pode alimentar a minha mente, mas não é isso que alimenta minha alma. Eu não acho justo que minha alma morra de fome em prol da loucura a que estou sendo acostumada a viver. E o sentimento que tenho é que existe uma jaula entre mim e o mundo, que não é possível alcançar aquilo que me faz bem porque estou sempre ocupada com as coisas que preciso ao invés das coisas que quero fazer.
Que tipo de vida é essa?
Não é raro encontrar quem já tenha deixado de tomar banho porque precisava estudar para uma prova. E se confortar à alguém, já aconteceu comigo, e eu sei que não fui a única. Ficar com o cabelo sujo em semana de prova, comer miojo, pão ou o que tiver pela frente não é difícil acontecer. Limpar a casa em mês de prova é um luxo sem tamanho, bem como cozinhar exemplarmente. Veja que não só a saúde mental, como a saúde física ficam comprometidas facilmente em meio a essa rotina infernal.
Está tudo bem. Afinal, como dizem certos professores "vocês só fazem a minha matéria". Aluno não tem família, não tem problemas pessoais, não tem dificuldade, não tem que dormir, comer, tomar banho e descansar. Aluno é robô, e se você não estiver bem programado, o errado é você que não se dedicou e não tem força de vontade. Não deu tempo, por quê? O que você faz da meia noite às seis? "Você tem que se acostumar com o ritmo, engenharia é assim". "Vocês estão reclamando demais, sempre foi assim, sempre deram conta".
Seria extremamente prazeroso continuar esse meu lapso de ser humana, mas como já disse na primeira linha deste texto, é madrugada e amanhã lá vem eles novamente, eu sei o que vão fazer. Reinstalar o sistema.

Terrorismo nosso de cada dia

Estava conversando com meu pai esses dias sobre violência. Segundo ele, e vários outros adultos ou idosos, vivemos tempos mais perigosos, tempos de mais ódio e mais violência.
Eu não duvido que seja verdade que tenha havido aumento da criminalidade, até mesmo porque existem várias justificativas para esse fenômeno. Mas o ponto em que pretendo chegar não se relaciona exatamente a criminalidade como roubo ou assalto a mão armada.
Na conversa meu pai falou que devido aos casos de terrorismo que têm chegado até mesmo ao Brasil, não é mais possível ter paz e segurança. 
Tá, e dai?
Podem me chamar de Drama Queen, ou o que seja,  mas esse medo não é nada comparado ao nosso medo constante dos homens. Vejo meu pai e outras pessoas chocadas e apavoradas por causa das notícias de atentados, mas sabe, isso não me abala. Eu sei que a chance de eu sair na rua sozinha a noite e não voltar é maior do que a chance de morrer por um atentado terrorista.
E quanto ao terror que vivem os LGBTs? Lésbicas, gays, bissexuais e transsexuais morrem todos os dias por preconceito. O preconceito que mata mais do que qualquer um desses atentados. O problema é diário, o terror é constante, mas aparentemente não é importante o suficiente para que haja uma força-tarefa que previna mais vítimas do ódio. Até mesmo porque sabemos que o ódio que mata tantos é regado e justificado pela religião. O estado é "laico" mas a sentença é dada pela igreja, e neste caso é a pena de morte. LGBTs são espancados, perseguidos, abandonados, expulsos de casa e humilhados. Existe terror maior do que não poder amar?
Infelizmente, os números alarmantes de estupros e mortes de mulheres também não são suficientes para comover a sociedade ao ponto de medidas efetivas serem tomadas pelos órgãos competentes. Talvez, se os homens (cis, brancos e héteros) morressem da mesma forma que mulheres, LGBTs e negros todos os dias, o Brasil fosse diferente. Até mesmo mais seguro.
Em todos os tipo de violência, as mulheres são os alvos mais fáceis. Assaltos no trânsito, em pontos de ônibus, na rua e até dentro de casa. Nós somos mais visadas, mais atacadas e mais esquecidas. 
Eu sempre vivi o terrorismo. Eu e todas as outras mulheres que já tiveram medo de andar sozinha a noite, que já tiveram medo de usar uma roupa, que já ouviram cantadas ofensivas, que já foram tocadas sem que quisessem no transporte público, que já foram expostas na internet ou tantas outras formas de terror que vivenciamos todos os dias.
Na cidade em que estudo e consequentemente moro, Araraquara, uma jovem da minha idade (19 anos), que estava num ponto de ônibus, sofreu um estupro coletivo. Três homens estupraram uma garota e até mesmo a violentaram com um pedaço de cana.
Por quanto tempo essa garota vai ser lembrada até que venha um novo caso? Aparentemente, isso tornou-se normal. "Ela é só mais uma". E quem vai ser a próxima? Eu? Você? Sua irmã/mãe/namorada?
Quem se preocupa com atentado terrorista agora não sabe o que é enxergar em todo homem um homem-bomba.

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Coisas parecidas não são iguais.

As pessoas, em geral, tem a tendência de confundir coisas parecidas. Ultimamente, eu vivenciei alguns episódios que me levaram a refletir a respeito. 
Nas últimas semanas, minha universidade passou por certa turbulência, pois uma parte dos alunos queria fazer uma Greve Estudantil. Os problemas que estavam em questão eram principalmente a falta de bolsas de permanência suficientes para todos os alunos, o medo da privatização da pós graduação, a contratação de professores e (estava escrito nas pautas) contra o golpe.
Pois bem, vamos lá. Começando de traz para frente nessa questão, aqui vai a MINHA opinião, que assim como cada um tem a sua eu também tenho a minha. Seja ou não seja golpe, isso não é pauta para fazer greve na universidade. Muitos alunos que apoiam a causa da permanência não concordam com a questão política e os movimentos estudantis têm que buscar a imparcialidade. 
Com relação à contratação de professores, sabemos que o país não está num bom momento e a economia está sim bem fragilizada. Isso não significa que a causa não é importante, isso só significa que não é hora de pedir mais professores e menos substitutos.
A privatização da pós graduação. Eu já havia visto a existência desse tópico há um certo tempo, e pesquisei mais a respeito quando vi as pautas da Greve. A questão é que a privatização ficou a cargo de cada universidade, não foi uma imposição feita pelo governo nem nada. Ou seja, se uma universidade pública quiser instaurar a cobrança para mestrado e/ou doutorado, ela pode. Acontece que a minha universidade, no caso, não se manifestou dizendo que tomaria tal atitude. Sendo assim, eu entendo que não é o momento de reivindicar essa pauta, visto que a UNESP não aderiu a cobrança.
E então chegamos na mais relevante e importante das pautas, a permanência estudantil. Quando eu soube que havia pessoas desistindo do curso por falta de comida, isso me deixou profundamente magoada. Quem é realmente próximo a mim, sabe que eu pensei em mil ações para ajudar essas pessoas. 
Embora seja obrigação do governo prover condições para as pessoas estudarem de forma digna, eu acho simplesmente hipocrisia as pessoas fazerem greve para ajudar quem passa fome, mas não ter coragem de dividir o que tem. Não deixa ninguém mais pobre passar no mercado e comprar um pacote de arroz, feijão, leite, etc. Não somente isso, mas quem conhece o ambiente universitário sabe como é possível movimentar dinheiro. Festas universitárias são sempre uma opção para melhorar o orçamento de repúblicas, e o lucro poderia muito bem ser revertido para a compra de cestas básicas. Além disso, poderiam vender rifas e artigos como moletons, camisetas e afins (bem como as comissões de formatura fazem) para arrecadar dinheiro para as pessoas que precisam de auxílio para pagar aluguel. Até mesmo propus a arrecadação de absorventes para ajudar as meninas que estejam passando por essa situação de precariedade, visto que absorvente é relativamente caro.
Infelizmente, os estudantes não têm apoio verdadeiramente legal para fazer greves. Inclusive, no regimento de nossa Universidade, as faltas coletivas estão claramente declaradas como faltas que não serão repostas e não prevê Greve Estudantil. O fato de não termos suporte e proteção legal para fazer esse tipo de movimento prejudica a todos alunos uma vez que nossos professores continuam suas atividades normalmente. Uma turma inteira ficou com zero em uma prova de Física por não conseguir entrar na universidade por conta de um piquete feito na porta do instituto.
Vários alunos da universidade são bolsistas de Iniciação Científica e, portanto, não podem ter recuperações ou reprovações. Como ajudar os alunos que precisam de permanência sem prejudicar os alunos que possuem bolsas de IC? Não vi as pessoas favoráveis a greve incentivarem esse tipo de conversa e discussão. Algumas pessoas realmente mostravam que não queriam ajudar os colegas, apenas queriam a greve.
Enfim. O problema é que o ódio se instaurou. As pessoas pró-greve começaram a odiar as pessoas contra a greve e começaram a dizer "vocês são egoístas etc". Confundir coisas muito próximas é um erro bem comum no mundo. Vamos analisar. Ser contra a greve estudantil não significa que a pessoa é contra as pautas da greve, significa apenas que a pessoa é contra a greve como medida de solução. Sendo assim, ser contra a greve não significa ser contra a permanência, nem contra as classes mais carentes. 
Alguns generalizavam como se aqueles que são contra a greve representassem a Direita na universidade (inclusive sites de partidos de esquerda acabaram publicando matérias nas quais classificavam os estudantes contrários a greve como a Direita).
Uma pessoa de esquerda não necessariamente tem que concordar com tudo que um grupo de pessoas de esquerda propõe, e muito menos concordar com todos os movimentos e greves. É preciso filtro, análise e senso crítico. Ser de esquerda é ser a favor das classes mais pobres e dos direitos iguais para todos independente da renda, sem privilégios baseados no dinheiro etc. As pessoas que são contra a Greve não necessariamente são a Direita na universidade. É preciso menos julgamento e mais pensamento para não confundir o cu com a bunda em certos casos.
Não somente nisso, mas também sobre feminismo.
Estava no meu Facebook e vi postagens sobre sororidade não ser sobre amar as mulheres que te fizeram mal. De fato, sororidade não é sobre amar as mulheres que te fizeram mal!
Sororidade é sobre trocar de lugar, entender que a luta não é só das outras, mas também é nossa. Sororidade é entender algo mais forte nos une, o preço que pagamos diariamente pela nossa natureza.
É importante saber que mesmo você não sendo melhor amiga da pessoa e mesmo tendo muitas diferenças ideológicas com ela, vocês continuam tendo uma luta em comum, e como toda luta, é melhor se unir para lutar.
Uma coisa que tenho percebido bem comum também é algumas garotas associarem a sororidade com a afinidade. Pois bem, eu posso até não ter amizade e não gostar de várias coisas que uma garota fez e faz, mas o feminismo me ensinou a separar as coisas. Talvez isso seja mais sobre amadurecer ou até mesmo algo pessoal meu. Não sei. O que sei é que independente de eu desgostar de várias coisas que uma garota faz, e mesmo que eu não queira a amizade nela para o meu dia-a-dia, eu sei que temos uma luta juntas, e que é preciso se unir. Não tem como se dizer feminista e achar que não tem obrigação de ajudar uma mulher só porque não tem amizade ou porque não vai com a cara dela. Mais errado ainda é boicotar e difamar uma mulher seja lá pelo que for, mana.
Bom, resumindo, acho que é preciso parar para pensar mais. Às vezes, nem tudo é o que parece, e você que paga de "desconstruído/a" acaba gerando preconceitos. Além disso, não adianta achar que só pode lutar do seu lado por direitos iguais as mulheres que você aprova, coleguinha. A luta não é PARA VOCÊ, a luta é POR NÓS. Vamos melhorar, vamos PENSAR!

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Mulheres nos Ministérios e Machismo

Recentemente, estamos vivendo um triste período de retrocesso no cenário político brasileiro. Michel Temer assume, de forma golpista, a presidência e divulga sua lista de ministros. O assunto gerou polêmica pelo fato de não haverem mulheres e negros nos ministérios.
Surgiu uma postagem no Facebook dizendo que os ministérios precisam de gente competente, e que não é Power Rangers para ter negros e mulheres. Primeiramente, os ministérios contém sete investigados pela Lava Jato, então a parte do "gente competente" está meio falha.
A esposa de um dos novos ministros disse que era uma "reclamação boba" reclamar sobre a falta de mulheres no ministério. É importante ressaltar que Temer é o primeiro presidente sem mulheres nos ministérios desde a ditadura militar.
Mas afinal, porque queremos mulheres nos ministérios? 
Isso se trata de representatividade. É inegável que precisamos de medidas que promovam constantemente igualdade de direitos entre homens e mulheres, que promovam a conscientização da população sobre questões machistas e sobre a cultura do estupro.
Mulheres sofrem todos os dias com assédios, ofensas, violência física, salários inferiores, pessoas que duvidam de nossa capacidade intelectual, menos oportunidades de emprego, relacionamentos abusivos, medo de andar sozinha etc. 
Só uma mulher sabe o que uma mulher passa! Só uma mulher sabe do que uma mulher precisa! Só mulheres podem representar os interesses de mulheres. E é por isso que precisamos de mulheres nos ministérios, para que mulheres cuidem dos nossos interesses e direitos. Colocar homens para defender nossas causas é como colocar o destino de uma zebra nas mãos de um bando de leões. 
É fácil para a esposa de um ministro deixar de lado os interesses coletivos para pensar em benefícios individuais que receberá. Isso acontece porque aqui no Brasil, infelizmente, a condição de político deixa de ser uma situação temporária para ser uma situação quase vitalícia. Assim, criam-se duas classes de pessoas, diferenciando-se o povo e os políticos, visto que o tratamento de uma classe não é o mesmo tratamento da outra. A segunda categoria deixa de representar os interesses da primeira, pois sabe que dificilmente perderá seus benefícios políticos.

Em meio ao cenário caótico que vivemos, ainda somos sujeitas a ver certos tipos de pessoas desqualificarem nossas reivindicações. No Blog do Aluizio Amorim, vemos uma mostra do pensamento machista que associa a aparência de uma mulher ao seu valor. No texto, Aluizio associa as reclamações à petistas e "esquerdistas" como se as demais mulheres do mundo não precisassem ser representadas. Aluizio coloca ainda duas fotos, comparando a esposa de Temer às 'mulheres de Dilma' dizendo "...resolvi ilustrar este post com duas fotografias mostrando as mulheres da Dilma e a mulher do Presidente Michel Temer. E está tudo explicado." .
Queria deixar claro que o lugar das mulheres não é somente como coadjuvantes na política, servindo de enfeite aos seus maridos políticos. Mulheres devem ter voz ativa nas decisões do país e não ficarem somente de bocas fechadas aceitando tudo que seus maridos (e os demais homens) decidem. 

Se o papel da mulher, para Aluízio, é apenas ser uma esposa bonita ao invés de uma mulher de decisões, aposto que não somente as mulheres da esquerda e tampouco somente as petistas que acreditam que Aluízio Amorim é mais um machista com uma masculinidade frágil, que se sente mais seguro vendo uma mulher como simples apêndice masculino do que como tomadora de decisões. Isso porque vários homens, mesmo sabendo da força e competência de mulheres, prefere deixá-las afastadas para garantir sua hegemonia. 
Isso nos leva a pensar no porquê de Temer não ter colocado mulheres nos ministérios. Tenho certeza de que eu e você concordamos de que existem mulheres competentes o bastante para estarem com cargos ministeriais. Mas será que Temer não concorda conosco e acredita que mulheres são menos competentes que homens para desempenhar o mesmo papel? Ou será que Temer tem medo de que outra mulher tire a hegemonia das mãos de homens como aconteceu anteriormente com a Presidente Dilma? 

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